quarta-feira, 10 de outubro de 2018

o verdadeiro "poste"

A proposta do luxo. Esta que estampa na frente do nosso nariz. a que acompanha a multidão que o amigo Tiago Felipe tanto repudia: 'as multidões me repelem'. Neste momento, início de segundo turno das eleições, dez de dezembro de dois mil e dezoito, o "candidato da massa" começa a ser chamado de bolso. O bolso, estimados, representa o umbigo que precisa ser luxuosamente escondido. É muito complicado quando o corpo da vaidade expressiva é atingido. A luta no Brasil do início do século XXI é de um atingido contra um injustiçado. Sabemos que a verdade é incalculável. Repensemos. 

O que acontece neste mês de outubro sombrio é uma colheita  triste porém emocionante que politiza no modelo supletivo a massa média supracitada entre aspas, que nunca padeceu de sérias necessidades, ou básicas. Lembrando que há outras massas, inclusive a que já padeceu e padece, historicamente, a sim de sérias necessidades básicas.Quem realmente precisa de estado? Pergunte-se honestamente. 

A jóia do mundo moderno é o dinheiro caprichosamente materializado; a jóia América Latina, baseada nas profundas relações exploratórias com as jóias impostas aos africanos e indianos colonizados, é o material pobremente endinheirado. Jovens de 16 a 24 anos, as maiores e mais vulneráveis presas da vaidade atingida. Acreditam na ilusão do atalho da vida. Politizem-se, observem a realidade ao redor, e não parem de falar nunca.Vocês é o que se precisa para equilibrar este país de desmedidas injustiças. 

Um país surrado por uma classe dominante de 1% da população que detém 99% do material que lambe o dinheiro mínimo do pobre. Esta classe obriga o bolso a defender esta propriedade supostamente "privada". É justo isso? É desta propriedade que estamos falando, a que a direita, neste momento representado por um autêntico POSTE, militar revoltado e desorientado, defende. E nem é por que ele acredita nisso, recorda-se que o bolso já votou em Lula, o homem do partido dos trabalhadores, que representa a ideologia, a liberdade feminina e o direito ao aborto, a reforma agrária, acessibilidade a educação, cultura e senso de existência, crítica e evolução.  Mas agora ele pensa e defende o contrário. mas sabemos o motivo - graças a democracia ele passou a compreender a lógica da vida e por conseqüência da política, da sociedade, dos sentimentos do ser humano de perfil desinformado. Taí o conceito da colheita, baseado na polarização entre esquerda e direita, que cega e passa a idéia rasa de solução unicamente pelo contrário radical ao melhor governo da história deste país, que sim, apesar dos pesares, foi excentricamente de inclusão, conhecimento e acessibilidade. 

Desde 2013 o discurso está criado, foi narrado quotidianamente pela tv, principalmente pela rede globo naquele período. Só faltava a mulher ou o homem, de preferência homem heterossexual, rico e branco, que a representasse. Começou a corrida, primeiro na avenida paulista, depois na rua, nas casas das famílias, no congresso, no judiciário e todo o resto da classe política, com os artistas, agentes públicos e privados, empresários e diretores alto executivos, jornalistas, escritores, historiadores, cientistas políticos e de outras disciplinas, professores, jovens, religiosos e enfim as classes autistas... A pauta era tão sagaz que qualquer um poderia representá-la. Entretanto, acredito eu, mesmo os conservadores jamais imaginaram que poderia dar nisso. 

A palavra mudança mais uma vez serve ao estelionato da verdade, e ainda tenta levar pela injustiça , ódio e medo os caminhos do Brasil. Basta! Já sabemos que somos isto e foi um avanço descobrir. O mais importante é não se valer disto e lutar contra para evoluirmos. Se no lugar de arte o assunto é arma, virou crime não somente do código penal e da constituição federal, mais além, virou um crime contra o direito humano, muito mais valioso que a instituição da carta dos humanos que o o bolso, ou o umbigo, tripudia. O poste da vez serve a direita elitista brasileira que nunca convenceu o povo através do diálogo pacífico e de propostas concretas. O poste desconhece os conceitos básicos da teoria liberal clássica e contemporânea que norteiam o seu potencial ministro da fazenda. 

Como o presidente da república vai auxiliá-lo e avaliá-lo? O poste desrespeita os pilares da democracia, exalta a tortura e os torturadores que já deveriam estar condenados e presos desde a redemocratização da república. O poste detêm inúmeros e sérios problemas de índole, inclusive reconhecidos e criticados pelos seus próprios e preconceituosos filhos que também viraram políticos e agentes públicos. Imagine! Tem o meu respeito o contraditório, porém, por aqui, nem o nosso contraditório aceita o nível de intolerância do poste da nova direita brasileira. A justiça  se rendeu ao ódio e só há um para pedir paz: o injustiçado. Mas agora nós, os progressistas, queremos mais - reforma educacional de base e justiça social desde as leis, passando pelo estado, meios e sociedade. 

Rafael Muricy

domingo, 29 de julho de 2018

A rede

Este sábado (28) foi um dia diferente nos parâmetros da extensa pesquisa a qual me dedico. Estive todo o dia em um campo da batalha política..
A rede sustentabilidade, partido jovem e claramente saneado pelas ideias da candidata a presidência da república pela terceira vez, Marina Silva, lançou oficialmente seus representantes para a disputa dos cargos eletivos do estado da Bahia.
Apesar da convenção nacional do partido estar marcada para o próximo dia 4 de agosto, a professora acreana, ouvinte de Chico Mendes, tem sido aclamada nas convenções que acontecem nos estados.
Foi um dia diferente porque me tocou testemunhar, atentamente, a convenção de um partido diversificado dentro dum estado relevante como a Bahia.
Na origem, sao diferentes a luta dos seringais na amazônia e a luta dos negros em terras baianas, pra dar exemplo, porém, a política transcende as diferenças, reordena a ordem das coisas, constrói lastros improváveis e liga o motor integrador da diversidade das origens. Marina Silva descobriu isto. Ainda bem. Parece ser uma mulher séria, de açoes competentes e comprometida em evoluir nas questões  que envolvem o desequilíbrio social e seus injustos desdobramentos.
Mulheres e homens de praticamente todas as regiões da Bahia, de jovens a idosos do interior e da capital, se reuniram neste sábado final de semana com o intuito de oferecer, durante os próximos quatro ou oito anos, suas experiências ao estado brasileiro.
35 filiados a rede, representantes das variadas comunidades urbanas e rurais - religiões, mulheres, juventude, deficientes físicos, universidade, negros, pastas do funcionalismo público entre outras pessoas -, foram aclamados candidatos para os cargos de governadora, vice governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Os cargos mais importantes dos poderes executivo e legislativo.
A quase inexistente manifestação dos porta-vozes e candidatos sobre a conjuntura atual chamou atenção no evento. Principalmente a respeito do debate que pauta a instabilidade das instituições democráticas e a excessiva polarização ideológica instaurada em todas as regiões do Brasil. Apenas foi ressaltado, na voz de alguns candidatos, o já conhecido desinteresse crescente da população com a política partidária. A rede insiste em desassociar-se dos partidos existentes, introduzindo a narrativa na "nova política", dos mandatos participativos, da verticalizaçao, da municipalizaçao, da inovação do conhecimento. O que é ótimo para a evolução da agenda do país.
O problema é saber lidar com a resistência imposta pela estrutura político-estatal atual, ao navegar num sistema institucional que se mostra incompatível a movimentações descentralizadoras.
Surpreendentemente, nas eleições deste 2018, decisivas para muitos, mais de dois terços dos partidos nao terão candidatura própria a presidência, por optarem em apoiar suas cansadas forças em opções infladas de outros partidos, de preferência com grandes bancadas no congresso e/ou nomes populares e bem instalados no estado constitucional de 1888.
Apesar de Marina Silva acumular histórico de cargos importantes na república - ministra de meio ambiente e senadora -, ela nâo parece desfrutar de algo além da simpatia oficiosa dos seus pares políticos, que lhe negam alianças. Fato que reflete na atuação da sigla pelos estados, como na Bahia, onde a legenda liderada pela candidata a governadora, Celia Sacramento, uma mulher negra, de bom histórico profissional e pessoal, professora de experiência em cargos públicos, conseguiu apenas o apoio de um partido nanico, Patriotas, há pouco tempo ainda cotado como possível hospedeiro da candidatura de extrema direita de Jair Bolsonaro.
É verdade que algumas alianças não seriam bem vindas, como observa incansavelmente os porta-vozes do partido, entretanto, a maioria dos partidos existentes rejeita a grande ideia da rede de redefinir os moldes da política brasileira.
Os políticos já bem instalados no estado aparelhado, respondem acuados ao ideal revolucionário da Marina impetuosa de "tardia" alfabetização; o povo brasileiro, em meio as dificuldades, angustiadamente pergunta o que fazer...
Ontem, na minha missão de testemunha, revi, possivelmente, um partido político decidido a juntar forças para responder com clareza esta complexa indagação.
Os concorrentes que se preparem, a aparentemente frágil Marina Silva, com sua rede crescente, vem com força para convencer o Brasil.


Rafael Muricy

terça-feira, 10 de abril de 2018

julgo para ser julgado

Bem direto o título. E até parece obvio se não lhes provocasse a uma reflexão. Venho acompanhando atentamente os passos institucionais e populares em convergência. Nem somente os repórteres estavam com aquela ofegante voz, dando o tom da importância da matéria Lula; não menos de 80 milhões de brasileiros falaram em algum momento dos dias 5/6.4.18 a palavra Lula, e independente da posição contra ou a favor, até poderia apontar que quem é contra fala mais de Lula dos que se declaram a favor. No contexto da última semana, o país claramente se dividiu em dois, nas ruas, nas empresas, nos departamentos públicos, nos municípios, nas instituições, nas famílias… o que caracteriza claramente que povoamos os níveis mais frágeis da democracia. Os meios mais difundidos diziam que esta prisão libertaria o Brasil.

Li muitos depoimentos e textos prós e contra Lula - é importante pra mim saber o que o povo brasileiro está falando - e por isso separei uma manifestação da escritora paranaense Caroline Acari, como ela mesma se define, nasceu de família conservadora em Curitiba, casou cedo com um homem rico, e não tinha mais que obrigações de mãe, esposa e integrante dos churrascos de domingo em família. Me conectei com Caroline pelas posições familiares e privilegiadas, pelo que a sua família interpretava e pelo que a minha família paterna me instigou a compartilhar, em relação aos negros e deseducados, em relação aos pobres e mau morados, em relação ao crime, aos moradores de rua e as drogas, em relação aos ambientes branqueados e as zonas irracionais das periferias, em relação a indiferença com tudo de "feio" que está ao nosso redor.

Um pouco antes, na semana santa deste 2018, quando fui a minha terra, Caém, no piemonte da chapada diamantina, o Brasil já estava armado. Caém é Brasil e por isso não pensa diferente. Entre vários encontros com a infância, a adolescência e com o mato que fez origem, na sexta-feira a noite se juntou a mesa enfrente a casa de um velho amigo uma turma de companheiros caenenses. A maioria já casados, de carreira em curso, de alguma forma bem adiantados, planeados, alimentados e motorizados. Todos ali, sem excepção, tivemos dignidade, oportunidades e família para saciar nossa fome, sede e outras básicas necessidades. Por um momento, que certamente chegaria, entramos no assunto nacional, nas questão que nos sufocava pelas indefinição: Lula deve ser preso ou não?

Começa o embate, vozes se exageram, o tom do encontro mudou. Me deparei com a nossa realidade. Um monte de branco interiorano, cheio de amor pra dar aos amigos e ódio a dar aos oprimidos. Até quando decidi usar minha voz para apontar o tom racista o qual estava a ouvir, quando ao mesmo tempo cada um tentava se defender da possível ofensa:

1. "mas eu não sou racista, trato todos os negros bem. agora essa balela de que negro merece privilegio pra entrar na universidade, pra ter uma vida digna, não me entra. Isso que é racismo…"

2. "claro, se a maioria nos altos cargos das empresas são brancos é porque os brancos se esforçaram mais, pergunta a seu irmão que é preto se ele já sofreu preconceito…" 
- meu irmão (que também estava presente e tem pele negra, disse:) - "sim, já sofri preconceito."

3. "negro não sofre preconceito, isso é migué pra roubar. os gays sofrem mais preconceito que os negros."

4. "isso é ilusão rafael, independente de ser preto, índio ou branco, o que vale é a criação, todo mundo é igual, nada de diferença de tratamento, se a pessoa não presta não é por causa da cor dele ou dela. e isso serve pra lula também, ele vem com essa conversinha de defensor dos pobres, mas não passa de um ladrão e tem que morrer na cadeia…"

5. "é isso mesmo, não tem nada a ver a cor da pele. tem gente que nasce pra ser vagabundo…"

etc…

No ato, tentei responder todas essas afirmações, reafirmando que eram justificativas e opinioes racistas, originarias de todos os problemas que temos. E pouco a pouco fui percebendo que teria dificuldades em fazê-los entender e confessar isto. Ainda mais por que estávamos em grupo e ninguém queria dar o braço a torcer. Nossas famílias conservadoras e machistas nos educaram assim. Mas claro, como nossa cultura também nos ensinou a somente julgar os outros e/ou as outras situações que não nos pertencem, recebi de forma mais educada um foda-se grupal, como presente da opressão e injustiça as quais estamos discutindo bem ali. Claro, não seria aquele grupo unido de cinco ou seis brasileiros privilegiados em prol de uma tese que iria se redimir as minhas ponderações. Porém, a reflexão sobrevive. E por lhes conhecerem desde a infância naquela nossa minúscula cidade rais, tenho firme a ideia que após aquele debate sublime, cada um daqueles meus queridos amigos não se livrarão com facilidade das suas próprias consciências.

Observem. Nossa característica cultural primordial é o julgamento. Todo brasileiro acha que tem o DOM de julgar. É algo celestial. E finco meu relato nisto simplesmente por achar que esse é nosso maior defeito. É muito fácil encontrarmos pessoas indignadas por estar sendo julgadas, mas pode perceber que esta mesma pessoa exerce esbanjadoramente o papel de julgador. Quanto mais se julga,  maior é a indignação quando se é julgado.

Temos, meu irmão e eu, mãe negra e pai branco. Família materna despolitizada e família paterna conservadora. Que fazer diante desses pilares? Para mim a solução foi simples, e digo isto após sofrer muito para encontrá-la, analisar a relação entre minhas próprias famílias; a relação, não entre minha mãe e meu pai que é ótima pelas peculiaridades do amor e da convivência sob o mesmo lar durante mais de trinta anos, mas entre a família de minha mãe e a família de meu pai ou a relação entre a família de meu pai e a família de minha mãe. Das faíscas e distúrbios compulsórios provocados pelos geradores de milhões jovens como meu irmão e eu, está a explicação para o maior e principal problema do nosso país. A injustiça, o preconceito e a opressão.

E é aí que Lula entra. Mediante infinitos atos e acontecimentos, desde o início de nossa breve história colonizadora, pelo menos nas minhas memórias e pesquisas históricas não aparece nenhum líder político importante que se preocupa com os importantes temas supracitados a não ser Lula. Estou seguro, é por isso que ele está preso.

Lula foi presidente da república e se omitiu em muitos pontos estratégicos, e por isso pondero minhas posições criticas sobre este sistema partidário corporativo, sobre esta constituição remendada, sobre este sistema tributário cruel com os mais pobres, sobre esta implosiva forma de construir representantes corruptos, sobre estas instituições públicas republicanas empoderadas pelo nobres sobrenomes do Brasil império, sobre o coronelismo que ainda reina nos municípios do norte-nordeste, sobre o super poder e incitação ao ódio da mídia hegemônica, sobre o fenótipo burguês paulistano que fede a perfume francês, sobre o culto ignorante as práticas inumanas estadunidenses, sobre a cultura de dar as costas ao nosso próprio continente e as culturas centro e sulamericanas, entre vários outros aspectos repudiantes. Muitos deles Lula ignorou por respeito a classe dominante ou por inocência. Mas agora não.

Agora Lula acordou, sua idade o encorajou a enfrentar os maiores problemas do Brasil. Sua voz rouca porém nítida e ouvida ecoa o que é de mais importante, grave e relevante. E lhes informo, não será calada pelos que defendem a livre expressão só para uns e para outros não. A voz de Lula está nas ruas, não por todos mas pela maioria que forma opinião.

E para mim virou questão honra defender o símbolo, e não apenas a pessoa Lula. Até por que não o conheço pessoalmente. O defendo, simplesmente, por não suportar mais ver nem ouvir falarem dos estereótipos vis: do ladrão e do honesto, do rico e do pobre, do burro e do inteligente.

Rafael Muricy

quinta-feira, 8 de março de 2018

Primeira reunião NFC e Rede Sustentabilidade - ATA



- Iniciou-se o encontro com apresentação de Rafael Muricy, membro da Nova Frente Caenense, durante 20 minutos, a comentar sobre o histórico sociopolítico caenense e as ações já executadas pela juventude no município. A palestra ponderou, especificamente, a deficiência dos gestores que
administraram e administram Caém, seus vicios eleitorais/reiros, insensibilidades socioeconômicas e a tradicional dependência de recursos institucionais dos orgãos estaduais e federais para solucionar necessidades básicas e fomentar novas atividades de bem estar e desenvolvimento educacional, cultural e econômico.
Rafael concluiu a abertura do encontro pedindo apoio da juventude e dos cidadãos com mentes renovadoras a unirem-se em prol da elaboração de um projeto moderno de administração pública, projetado com a participação direta de todos os caenenses a incluir as opinões descartadas das decisões importantes no que tange o planejamento geral dos recursos municipais vigentes e de todos os planos dos variados setores da nossa comunidade.

- Logo em seguida, concluido este primeiro momento do evento, a palavra foi dada a Reini Mota, membro da executiva estadual do partido Rede Sustentabilidade. Este, logo no inicio de sua participação, tratou de declarar os princípios fundamentais da Rede antes de acrescentar sua
característica predominante de partido político com ideias e ideiais plenos, robustos e progressistas. Uma instituição que trata de proliferar suas opiniões em todo o território nacional e internacional através de ações políticas independentes sem se preocupar tanto com outras linhas que buscam a divergência e o embate puramente eleitoral.

- Arison Bigodão, membro da NFC, logo em seguida, tomou a palavra inicial da segunda parte do encontro aberta a todos os participantes para reafirmar a característica renovadora do evento e do movimento, as necessidades frequentes que sofrem os caenenses, a focar com ímpeto a ausência histórica de políticas que incentivem o esporte, a cultura, entre outros instrumentos de desenvolvimento dos jovens que já são maioria e que frequentemente obrigam-se a buscar alternativas em outras localidades, ou, nos piores casos, o que não é incomum, adentrar-se no mundo das drogas e do crime.
Ademais, ainda com a palavra, Arison, que é empreendedor do setor de turismo e
entretenimento no município, concluiu enfatizando a ausência real dos poder público no incentivo, acompanhamento e impulso das potenciais e já existentes atividades turísticas do município.

- Em seguida foram registradas as declarações do vereador pelo terceiro mandato consecutivo, Pablo Piauhy. Este iniciou sua breve participação elogiando os realizadores do evento e logo em seguida optou por discordar das criticas inseridas aos poderes legislativo e executivo municipal. Segundo o vereador, o principal motivo da falta política voltadas os jovens é a ausência da juventude no debate político causada principalmente pelo desinteresse dos jovens pelos assuntos políticos em geral. De acordo com suas palavras, em toda sua carreira legislativa sempre houve baixíssima assiduidade por parte da juventude no questionamento e participação nos debates políticos do munícipio, tanto na zona urbana quanto rural. Segundo o mesmo, em Caém, há baixa perspectica de evolução política justamente pela rasa disponibilidade da população de pouca e média idade. Ao final Pablo se declarou entusiasmado com a possível chegada da Rede Sustentabilidade em Caém: "um partido novo com boas ideias".

- Logo, outro vereador entre quatro presentes, Toinho Araponga, manifestou seu apreço e admiração a essas novas manifestações políticas, principalmente no que se refere as propostas sensíveis a renovação política em terras caenenses. Relatou, como líder comunitário de primeiro mandato, sua dificuldade inicial, quando ainda decidia por candidatar-se, em conseguir um partido que lhe hospedasse, acrescentando ao termino de sua breve fala o desejo de poder participar de potenciais novos encontros e debates.

- Erosvaldo, jovem morador da localidade de Quebra-Coco, zona rural de fronteira entre os municípios de Caém e Saúde, foi o proximo a falar. Dentre seus argumentos o foco foi a crítica ao coronelismo e protecionismo institucional do sistema político brasileiro, principalmente nos
interiores do pais com ênfase na nossa região nordestina. Erosvaldo, sobriamente, relatou sua experiência ao tentar e não conseguir ilegitimamente participar do último peitol eleitoral como candidato a vereador na cidade vizinha. Disse haver sofrido perseguição e discriminação por ser pobre, jovem e habitante da zona rural, além de ter ouvido vários comentários diretos aonde tentavam lhe fazer "entender" que a política não era para pessoas com seu perfil. Erosvaldo mostrou interesse em filiar-se a Rede Sustentabilidade e estender ao seu município os ideias renovadoras da Nova Frente Caenense.

- Marcelo Almeida, membro da NFC, foi o próximo a manifestar-se. Comerciante caenense no ramo de produtos naturais, mostrou ser completamente a favor da intensificação do debate político na cidade, das discursões que buscam mais conteúdo e novas soluções para os problemas históricos da nossa região e da política nacional. Citou a necessidade de produzirmos novos instrumentos de comunicação como o incentivo a criação de imprensas escrita, falada e de video, além de outras varias ferramentas alternativas -redes sociais, debates públicos nas escolas, assembleias, conferências e encontros- que trabalhem na intensificação e enriquecimento da comunicação no nosso município e região.

- Debora Lola, empresária local do ramo financeiro, iniciou sua participação aclarando a importância da educação básica, pública e popular, a atingir todos os círculos sociais da nossa população. Pontuou sobre a a cultura anticidade dos caenenses, das ruas sujas, do rio poluído e da falta de noção geral sobre o bem estar geral da nossa comunidade. Acrescentou a importância da nova geração na construção de novos mecanismos geradores de renda, como o turismo e a agricultura; criticou os cartéis políticos e sugeriu a criação de estratégias para desarticulá-los; Débora concluiu expondo a ideia de buscarmos mais caenenses interessados e preocupados com o desenvolvimento futuro da nossa comunidade.

- Joel Andrade Filho, membro da NFC, enfermeiro e bancário, foi o próximo a falar e logo de primeira disse que o momento é de ação. Contestou as palavras do vereador Pablo Piauhy no que tange a inserção da juventude nos debates na sociedade, reafirmou a existência dos cartéis políticos e se colocou a disposição para sua desarticulação. Por fim, convocou os presentes para organizarem juntos ações de cidadania como multirões, feiras de serviços de saúde (exames, diagnórticos, consultas e recomendações), meio ambiente, eventos comunitários de esportes variados (não somente futebol), lazer, cultura (teatro, dança, artes plásticas), ciência, tecnologia e educação (feiras de livros, oficinas de leitura, escrita, idiomas, interpretações).

- Jane Andrade, foi a terceira vereadora a falar e praticamente concordou com todos os pontos discorridos até o momento no evento, incentivou as novas articulações políticas, as novas ideias, e se colocou a disposição para colaborar nas novas ações pretendidas pela frente. Além disso, já como colaboração, propôs um olhar sobre o tradicional e esquecido potencial de Caém na produção e cultivo das flores.

- José Gonçalves Pacheco, carinhosamente conhecido por todos os caenenses como Papa, introduziu sua fala referindo-se a importância da atuação das novas ideias por partes da nova geração do município e acrescentou sua imprescindível contribuição neste processo, salientando o projeto "Associação Progressista Bahiazinho", por ele fundado a quase duas décadas e que influenciou e influência centenas de jovens caenenses na vida atlética, educacional, disciplinar, social e profissional. Ademais, Papa citou a importância de algumas características culturais do nosso município, a falar das tradicionais festas profanas São Gonçalo do Amarante e São Pedro e do papel preponderante delas na evolução cultural do município.

- Fabio Queiroz, quarto e último vereador a se fazer presente e pronunciar-se no evento, representando a localidade de Gonçalo (maior e mais importante distrito do munícipio), frisou essencialmente a problemática histórica da fuga do capital caenense para outros municipios da região, evidenciando, como comerciante que também é, as dificuldades econômicas que Caém vive sobretudo pela inexistência de políticas públicas que priorizem a geração e circulação de renda.
O "Cartão Caenense" e "Associação Comercial" foram duas alternativas levantadas e discutidas neste momento do encontro, as quais contribuiriam robustamente para a resolução deste problema.

- Adriano Freitas, membro da NFC e empresário do ramo varejista, em suas poucas palavras manifestou total apoio as novas ideias explanadas no evento e se colocou a disposição em ajudar e participar do novo modelo administrativo que consolidar-se como opção para as próximas eleições municipais.

- André Almeida, membro da NFC e músico caenense, ressaltou a cultura que segundo ele sobrevive praticamente excluída dos recursos públicos.
André pontuou a importância de ações dos poderes públicos para viabilizar a participação e assessoramento direto de profissionais da cultura e artistas nas decisões municipais a respeito do que se deve investir em projetos culturais, como também na elaboração de calendários semestrais/anuais de eventos que enfoquem na formação e evolução dos jovens que serão o futuro de nossa terra.

- Lindemar, professor da rede municipal de ensino, fez menção a produção e comércio agrícola (outrora ativo, hoje desarticulado e degradado). Segundo o professor, ex-produtor de tomate, há uma demanda incalculável de medidas de apoio por parte do poder público municipal tanto na intermediação entre os produtores rurais, como na conexão entre projetos governamentais nas esferas estadual/federal e os produtores. " O que falta é criação e execução de projetos municipais condizentes com as características próprias do nosso município." Estas pequenas movimentações, segundo ainda o professor Lindemar, contribuiriam fortemente para o desembaraço da economia
local.

- Valdeci Muricy, produtora atacadista no ramo de confeção textil, trouxe ao debate dois pontos importantes: 1. a dificuldade dos produtores e comeriantes de desenvolverem-se diante dos crônicos problemas econômicos locais; e 2. a falta de sensibilidade dos diregentes públicos no que se refere
a valorização e priorização dos produtos, serviços e trabalhadores caenenses. Segundo a comerciante, na maioria dos governos municipais de Caém adotam empresas externas para prestar serviços de gerenciamento, construção e produção, além de importar a maioria demandada dos recursos materiais, minerais e alimentícios.

- Aurivanda Almeida, empresária no ramo de distrubuição de combustíveis, ressaltou exclusivamente a deficiência cultural de Caém no que se refere a comunicação e o debate.
Segundo Aurivanda, o povo caenense necessita abrir a cabeça para as novas ideias e perspectivas, trazendo como exemplo as boas experiências. A empresária concluiu manifestando sua dúvida em relação ao futuro de Caém e suas perspectivas possíveis de evolução e abertura de mentes, diante deste cenário retrógrado.

- Jackson Almeida, membro da NFC, iniciou a falar da importância do resgate da cultura tradicional caenense, de suas festas e manifestações culturais e artísticas, que segundo o mesmo foram desprezadas nas últimas décadas. Jackson conclamou sobre a necessidade de um novo modelo de representação política em Caém, convocando todos os setores, todas as pessoas interessadas, todos os grupos associados, a discutir os problemas reais da nossa comunidade e abrirem-se para novas e possíveis soluções baseadas no novo mundo que temos e nas novas possibilidades que nos rodeiam. Por fim, Jackson expôs sobre o interesse principal da união entre a Nova Frente Caenense e a Rede Sustentabilidade: elaborar um plano de propostas conciso e colocar a disposição da sociedade caenense.

Após todos se manifestarem, abriu a possibilidade de um novo encontro, a marcar data, local e horário, para constituição oficial da Comissão provisória do partido Rede Sustentabilidade Caém e ato de filiação para qualquer caenense interessado.

Ao fim foi servido coquetel para confraternização entre todos os presentes, saneado a muita euforia e perspectivas de termos um Caém sempre melhor.



Câmara Municipal de Vereadores de Caém, 27 de janeiro de 2018.
Nova Frente Caenense
Rede Sustentabilidade Caém