Em um momento distante, disperso, destemido, uma alusão à
vida me refletira com intensidade. O que nos faz afetar, respeitar,
interiorizar, com fomento, a figura abstrata representada por matérias visualmente
intrínsecas, enfraquecidas pelos descuidos pertinentes de seus filhos? Vêm-me
intuitivamente letras que reproduzem, unidas, a ternura da palavra solene e
doce que transcende a simples admiração e grita aos nossos ouvidos, Amor.
Inegavelmente, Caém tem esse dom. O dom de atrair, de
conquistar, por mais castigada, destratada e impiedosa que, em algum momento da
história, ela possa estar. A intensidade com que o, outrora, sítio do papagaio
defende àqueles que carregam, pelo mundo, o orgulho de ser Caenense é impar. Como
é bom descer a última ladeira, já em seu vasto território, e encontrá-la da
forma que for. A incondicionalidade a transforma, e ao mesmo tempo, afirma sua
magistratura.
Os 50 anos de história emancipatória se definem por
momentos, máximos momentos. À trajetória complexa, difícil, esbarrada por
íngremes passagens no país e no mundo, nossas continências; aos que fizeram,
literalmente, força, aos que torceram, mesmo sem agir, aos que vieram e
tornaram seus e aos que colheram o que plantaram, obrigado! Devemos –
principalmente nós jovens que fizemo-nos após os introdutórios momentos da
história Caenense – muito a vocês.
8 de abril, que dia! Hoje parece brilhar mais forte, fazendo
nossa Caém transcender sobre seus pares, ofuscando, sem desmerecer, as cidades
vizinhas, digo, todas as outras cidades. Hoje seus filhos se cumprimentam com
mais afetividade, a sentir a renovação da aliança, da união e da sua
fraternidade referencial. Somos irmãos, filhos da mesma mãe, matrimoniada com a
luta, com a bravura.
Parabéns Caém, por conceder as praças, como salas de estar,
a deliberar, assim, momentos gratos ou não, marcados por sorrisos e lágrimas,
brigas, beijos e abraços.
Parabéns Caém, por conceder as ruas, como quartos, a abrigar
pensamentos e preocupações e, principalmente, por nos fazer seguros,
escoltando-nos com seus escudos naturais.
Parabéns Caém, por nos conceder os rios, os lagos, as
cachoeiras, como nossos quintais, prontos a sustentar nossos corpos, soltos e
espalhafatosos, dispostos somente a agir.
Parabéns Caém, por construir uma família, por instaurar a
informalidade na relação entre todos seus filhos, por gerar cidadãos que ao
espalharem-se pelo mundo, propagandeiam com amor suas naturalidades. Seu papel,
Caém, já foi cumprido. Resta-nos reciprocar o resguardo e o trato cuidadoso, a exemplificar
tudo o que nos foi concedido.
Obrigado Caém, por existir, por nos fazer existir. Nossa
honra transborda sobre teu seio e o prazer de te ver linda, contente sob as
passadas tranquilas te teu povo, nos concede o orgulho perene e indescritível.
Por Rafael Muricy.
rafacaem@yahoo.com.br
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